© Márcia Sanchez Luz
(Img:
Lucidez I, Gustavo Saba)
Eu te agradeço porque me
cedeste
o corpo inteiro numa
entrega mútua,
em que o prazer em sua
forma agreste
rompeu de nossos corpos
seiva fátua.
Insana gratidão a que me
presta!
Pois se foi mútua, por
que agradeceste?
Nesta paixão arrebatada
e farta
não tem calor que não se
manifeste!
Mas assim mesmo eu quero
te dizer
que pude ser teu rei e
teu vassalo
no instante em que tu
foste minha amante.
Que seja então prazer a
florescer
dentro de nossas almas!
O que exalo
é fruto deste amor inebriante.
(Do livro “Porões Duendes”)