domingo, 17 de junho de 2012

ÚLTIMO CAPÍTULO

© Márcia Sanchez Luz


(Img: Death, Inga Nielsen)


                      















A chuva cobriu meus olhos,
mas não é chuva que lava;
é chuva que vem do peito
ferido pela tristeza

de ver um ser tão amado
se definhar dia a dia.
Não há remédio que cure
o corpo cansado e fraco.

Ninguém fica pra semente,
eu sei, mas dói constatar
que somos assim tão frágeis,

prisioneiros de nós mesmos,
da carne que nos embala
o espírito atemporal.