segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Desgosto Inútil



Se em mim corrói a idéia de não ser
do mar a presa em prantos se esvaindo
Se em tudo o quanto ainda creio haver
desgosto inútil, vão, da dor provindo

Se acaso for então o que abomino
nas minas traiçoeiras do destino
Meu fado e minha sina hão de buscar
a justa explicação pra abalizar

O que não tem remota ausência em ti
nem som de acrobacia eletrizante
que soe como a breve e elegante

Partida em tom menor do que sofri
ao ver o que não quis, altissonante,
trazido a mim em morte delirante.


Márcia Sanchez Luz ©

sábado, 26 de janeiro de 2008

Para guardar no coração...


O Imaginário

À poetisa Márcia Sanchez Luz
(Mauro Lúcio de Paula)

O primeiro autor
Que me fez pensar
Em escrever um poema
Foi Edgar Alan Poe.
A minha rua era a chave
Para abrir a porta da minha imaginação.
Não precisava correr o mundo
O mundo estava dentro de mim.
O mundo não vê nada sou eu quem o vejo.
Não me fiz poeta, nasci!
É isso menina e poetisa
é o seu imaginário
que reacendeu a minha alma e o meu ofício,
outro ofício não tenho.
Só sei escrever poesia.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Homenagem de Mauro Lúcio de Paula à Márcia Sanchez Luz


Faço um convite aos meus leitores para que conheçam o blog de Mauro Lúcio de Paula, que me fez uma linda homenagem.

Mauro, obrigada por seu carinho, e sucesso para você em seu novo espaço!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Seixos Transparentes


Gravura de Celito Medeiros


De tanto amor e dor que a ti concedo
meu corpo de minha alma se liberta.
O amor não tem remorsos nem avessos
A dor, porém, fulmina e não me alerta.

É sôfrega a palavra que me invade
em trajes tão secretos e prementes!
Melhor seria a dor em seu contraste
vertendo a seiva em seixos transparentes.

Viver em ti não pode ser promessa
de noite entristecida alvorecer
e nem apaga a dor que em mim professa.

Assim transcendo a busca que não cessa
e a brisa flamejante vem trazer
o aroma do pulsar que me interessa.


© Márcia Sanchez Luz


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Sempre


Sempre que puder
Buscar-te-ei no infinito
Mais profundo de meus sonhos.

Sempre que puderes
Procura-me em meu silêncio
Que encontrarás meu ser.

Estarei pronta.
Em meu casulo te abrigarei
E te alimentarei
E te amarei
E serei tua como a lua
Que espera a noite chegar
Como o sol que se deita
E te aquece
E te acalma
E te ilumina.
Sempre.

© Márcia Sanchez Luz