quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Tancredos, Joãos, Priscilas e Marias

Na expressão de uma lágrima percorrendo nossos extremos, pôde-se ouvir um pavoroso estrondo evocando o grito de nossos corações.
De repente, uma única lágrima parecia dançar entre todos os corpos vivos, ao som de uma alucinante canção que nos fazia seguir o caminho irreversível da luta.

Fechando caminho para novos sigilos seguimos...
A cada estrondo, a cada lágrima, a cada grito.
Lágrimas caindo como um dominó, cujas peças pareciam não ter fim.

Salva de lágrimas.
Salva de tiros.

O peito aperta e enlaça a dor.
O ouvido encerra o ruído ensurdecedor.

Explodíamos, sem contenção.
Lágrimas aglomeradas assemelhavam-se a ondas gigantes.
O mar revolto, tomado pelas ondas, não mostrava um sinal sequer de paz.

Revolta patente atravessando corpos, machucando ventres, uivando em nossas cabeças já dilaceradas.
Não mais podíamos pensar...

O peito arde, o grito ecoa.
O pranto aperta a alma desperta!

E as ondas iam crescendo, trajando o som de metralhadoras.
Trovejava...
E o temor nos foi assolando...
E o barulho, ainda mais intenso, aludia a tambores prevendo a guerra.

Márcia Sanchez Luz ©

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