domingo, 30 de setembro de 2007

Tua, Eternamente













Sim.
Buscar-te-ei até o fim
De meus dias.
Tomar-te-ei em meus braços
Como a um bebê incansável.
Dar-te-ei meu colo
Meu solo.
Minha canção será tua
Como tua é minha paz.
Mas não te aflijas se eu me for.
Tua serei, eternamente.

Márcia Sanchez Luz ©

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Assim Sou


Antes que a chuva se aproxime
Dá-me um beijo.
Antes que a lua se ofusque
Abraça-me.

Diz-me.

Não me dizimas
Não dites normas
Pois não poderei segui-las.

Aproxima-te de mim
Mas não me sufoca
Pois sufocada
Não serei tua
Não serei minha
Não serei nada
Ninguém.

© Márcia Sanchez Luz

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Aqui Onde Moro

Aqui onde moro
Quero-queros logo gritam
Se alguém se aproxima.
A coruja à tarde observa
Pra de noite começar.

Tartarugas no verão
Primavera por que não?
Correm lépidas pra chuva
Atrás de água pra beber
Cantinho pra namorar.

Beija-flores nas grevilhas
Russélias brancas, vermelhas
Aguardam carinhos e beijos
Enquanto ixoras sorriem
Esperando sua vez.

Jasmins de todas as cores
Com suas formas variadas
Exalando olores diversos
Perfumam o ar, dançam ao vento
Trazem paz, doces alentos.

Gerivás e garirobas
Reais e imperiais
Arecas e washingtônias
Palmeiras aqui não faltam
Pra brindar as helicônias.

Aqui onde moro me integro
Entrego-me às plantas e aos bichos
Mensageiros do vento tilintam
Alertam pra chuva que vem
E pra que vai embora também.

Os bichos que aqui trafegam
Não precisam de controle
Seja em terra ou no ar
Não se agridem como os homens
Vivem em total sintonia.


Márcia Sanchez Luz ©


*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Entre Quatro Paredes


Entre quatro paredes
Esqueço-te.
Faço de mim companheira
Guardiã de meus sentidos.

Digo pra mim mesma
Que a ninguém é permitido
Violar o meu silêncio.
Meu espaço é sagrado!

Entre quatro paredes
Não tenho defeitos...
Não sou acusada
Nem fico acuada.

Violar meu santuário
É invadir-me por inteira.
Guardo-me e, portanto
Não tentes me destruir.

Entre quatro paredes
Desvendo quimeras
Transcendo esferas
Estratosferas
Biosferas
Esperas
Eras...

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A Primavera


O sol se abre
E a primavera em festa
Celebra as flores, hiantes
Como os pássaros
Buscando pares
Em beijos e abraços
Fazendo a corte
Em ritos de passagem
Cantando o dia
Que acorda fantasias.
O sol aquece
Amorna a ferida
E a dor doída
Parece que invalida
As tentativas
Mais que atrevidas
De amar somente
E nunca estar ausente
Ser confidente
À espera mais que urgente
De amor fremente
Que arde e envolve a lira
Em notas breves
Em semitons parelhos.
E anoitecendo
A luz da lua grita
Anunciando
O som mais que preciso
Da noite insone
Que nunca se aquieta.

Márcia Sanchez Luz ©

*Do livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Carinhos Especiais

Transcrevo aqui mensagens a mim enviadas, que de tão especiais e importantes merecem postagem.

Leila Míccolis disse...

Querida, que blog bonito este seu, a começar pelo nome: Sensível, artístico, delicado, ou seja: bem você. Estou linkando em Blocos, esta semana estará na capa. Muito obrigada em meu nome e no de Blocos pela divulgação e pelo companheirismo. Beijo amigo,
Leila

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Lareira Acesa


Em frente à lareira acesa
Contemplo o fogo que aquece
E que em brasa, a madeira
Meu amor transparece.

Meu coração não te esquece
Não te perde quando sonha
Enlouquece, entontece
Fica aceso feito chama.

Feito fogo em álcool embebe
Fico afoita, doida, rouca!
Te desejo, tonta e pronta
Te apercebes, me recebes.

Defronte à lareira acesa
Aqueço meus sentimentos!
Meus pensamentos se aquietam...
Aquieto-me frente à beleza
Que me convida a sonhar...
Com sua chama
Com sua calma
Acalma meus medos
Alerta-me
Fita-me
Incita-me
Faz-me sorrir.

Márcia Sanchez Luz ©


*Do livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Remendos


Muitos são pequenos excertos
De grandes paixões
De poemas que falam
O que minha boca cala.
Muitos são pequenos remendos
De poucos retalhos
Que consegui obter
A duras penas.
Poucos são grandes acertos
Que me dispus a contar
Nas noites de insônia
Nos dias chuvosos
Nublados
Turvos
Frios.

Márcia Sanchez Luz ©

Transformação


Vejo em teus passos
Pedaços de um todo
De um tudo jogado
Em cantos, quebrado.

Sinto em teus olhos
O medo do incerto
Do tempo que passa
Da luz que se afasta.

Repassas tua vida
Com ferro em brasa
Ateias fogo, jogas água
Não te bastas.

Procura então
Em meio aos pedaços
Unir-te inteiro.

Teus primeiros passos
Vão te machucar
Vais gritar de dor
Vais querer parar.

Porém continua!
O medo vai cessar
Vais achar teu rumo
Encontrar saída
Pra essa escuridão.

Não ateies fogo
Onde o ar é leve
Onde a tarde deve
Te dar solução.

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007