quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ano Novo


Ano Novo
De muita alegria
saúde
esperança.

Tudo no mundo é energia.

Então

Troquemos nossas energias.
Que elas se entrelacem
trazendo paz e união.
Façamos nossas orações
para um mundo melhor
onde findem as guerras
os desentendimentos
a discórdia
a miséria
as mazelas.
Que todos possamos
nos dar as mãos
para nos fortalecermos
e nos tornarmos seres cada dia melhores.
Que a compreensão reine aliada ao amor
trazendo a todos muita saúde, paz, luz e harmonia.


© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Soneto de Luís Vaz de Camões


Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

domingo, 23 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Poema homenagem de João Justiniano da Fonseca à Márcia Sanchez Luz


MEU AMOR FOGO E LUZ.
Para Márcia Luz
10.12.07

"Cor de fogo quando brilha"
levando aos céus a lareira,
meu amor seguiu a trilha
no rastro da feiticeira.

"Meu amor se foi tornando"
em luar e é lua cheia!
Cresceu, cresceu até quando
veio colhe-lo a sereia...

"feito dor incandescente"
meu amor é simplesmente
um sonho que não se apaga.

"Num luar incandescente"
sobe e desce, voa e vaga,
permanece, não se apaga...

João Justiniano da Fonseca

domingo, 9 de dezembro de 2007

Carinhos Especiais


Transcrevo aqui carinhos que me chegam por e-mail
e que me são especiais.

Hoje trago os do Poeta João Justiniano da Fonseca:



Data:
Sat, 8 Dec 2007 09:23:14 -0200

Márcia, querida.
Márcia da luz,
que ilumina com a presença e o carinho da palavra,
o sítio do sonhador
que se sente feliz no fim de seu tempo, porque sonhou,
muito obrigado Márcia.
Estive no seu blogue, voltarei mais vezes,
para deleite e repouso espiritual.
Meu carinhoso abraço.
João

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Vieira Calado

Foi com imensa alegria e satisfação que encontrei, no blog do poeta, escritor e jornalista Vieira Calado, de Portugal, junto à divulgação de seu novo livro "Merdock", a seguinte nota referente à publicação de meu livro "No Verde dos Teus Olhos":

"...Aproveito a oportunidade, além de publicitar o "Merdock", fazer uma chamada especial de atenção para o Brasil. A nossa confrade blogista Márcia Sanchez Luz acaba de publicar um livro de poesia "No Verde dos Teus Olhos", que pode ser pedido directamente em:
http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=145"

Atitudes como esta de Vieira Calado fazem a diferença, minorando o sentimento de solidão de mundo que permeia as relações humanas.

Deixo aqui, então, meu "Muito Obrigada, Poeta!"

Um abraço

Márcia Sanchez Luz

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Frenesi



Aos pedaços me atiro em movimentos
Frenesi, momento insano, me questiono
Se o que vivo é o que espero de minha vida
Se ao teu lado vou me achar na despedida

Mesmo em sonhos, tropeçando em descaminhos
Sou quem sou, não tenho nada que me impeça
De alcançar-me mais adiante, sem ter pressa

Vou viver meus sentimentos sem ti mesmo...

E ao dizer-me assim sem traços de amargura
Sou de ti meu descaminho que não mente
E que sente a dor da perda que consente.


© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Publicação do livro "No Verde dos Teus Olhos", de Márcia Sanchez Luz

Hoje tenho boas novas e quero dividir com todos esta minha alegria:

A Editora Protexto, de Airo Zamoner, acaba de publicar meu livro de poesias "No Verde dos Teus Olhos".

Para acessar o site da Editora, basta clicar no título.

O livro pode ser adquirido diretamente pelo site da Editora:

http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=145

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Écoute


À Maurice Béjart, coreógrafo e bailarino francês, que hoje leva sua dança aos céus...



Écoute le silence retrouvé
Parmis des bruits insistants
Que toujours nous remètent
À chercher la gloire de l’éxistence.

Écoute la parole reinseignée
Par des émotions revenues
Qui s’addressent à toi
Quelques fois.

Écoute l’émotion des bruits
Presque perdus
Dans l’immensité
De ton coeur.

Écoute les vents du nord
Et du sud, et de l’est
Et de l’ouest...

Ils sont les sons de ton âme !


Márcia Sanchez Luz ©

sábado, 17 de novembro de 2007

Quarta de Crescente




E do pôr do sol fez-se a floresta
Repleta de esplendor
Rubro-cetim.

E da floresta fez-se a dor
Que dói no fundo
De minh'alma.

Cor de rubi feito esmeralda
Feito a lua encabreirada
Numa quarta de crescente
Onde o sol não tem poente.

Cor de seda transparente
Feito o mar incandescente
Numa quinta de minguante
Onde a dor se fez pungente.

Cor de fogo quando brilha
Meu amor se foi tornando
Feito dor incandescente
Num luar intransparente.


Márcia Sanchez Luz ©

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Filho do Destino




Ao longe se avistava uma mangueira
Onde se via um pequeno menino
Sentado sob seus corpulentos galhos
Matando a fome e a sede do cotidiano.

De longe se avistava uma mangueira
Bem no meio de um lindo gramado
Onde corriam cães, galinhas e esquilos
Todos em perfeita harmonia primaveril.

O menino, pobre filho do destino,
Da mangueira fez seu pão de cada dia
E a cada dia que passava
Passava o dia a se esconder
De cada novo dia a amanhecer.


Márcia Sanchez Luz ©

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Tancredos, Joãos, Priscilas e Marias

Na expressão de uma lágrima percorrendo nossos extremos, pôde-se ouvir um pavoroso estrondo evocando o grito de nossos corações.
De repente, uma única lágrima parecia dançar entre todos os corpos vivos, ao som de uma alucinante canção que nos fazia seguir o caminho irreversível da luta.

Fechando caminho para novos sigilos seguimos...
A cada estrondo, a cada lágrima, a cada grito.
Lágrimas caindo como um dominó, cujas peças pareciam não ter fim.

Salva de lágrimas.
Salva de tiros.

O peito aperta e enlaça a dor.
O ouvido encerra o ruído ensurdecedor.

Explodíamos, sem contenção.
Lágrimas aglomeradas assemelhavam-se a ondas gigantes.
O mar revolto, tomado pelas ondas, não mostrava um sinal sequer de paz.

Revolta patente atravessando corpos, machucando ventres, uivando em nossas cabeças já dilaceradas.
Não mais podíamos pensar...

O peito arde, o grito ecoa.
O pranto aperta a alma desperta!

E as ondas iam crescendo, trajando o som de metralhadoras.
Trovejava...
E o temor nos foi assolando...
E o barulho, ainda mais intenso, aludia a tambores prevendo a guerra.

Márcia Sanchez Luz ©

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Ser e a Mente


Salvador Dalí - Madona


Profícua mente escancarada
Doce mente estilizada
Elitizada e profanada
Insana e temerosa
Criação do nada
Que se esconde
Em prantos.

Em cantos
Se esgueira
Espreita calada
A cada segundo
Do ser e do mundo
Seu perfeito modo de ser
Atribulada mente... solitária.


Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

domingo, 14 de outubro de 2007

Homenagem da AVSPE à Márcia Sanchez Luz

É com imensa alegria que hoje venho dizer que acabei de receber o título de Membro Efetivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores.

Clique no link para acessar.

Agradeço à Efigênia Coutinho e a todos da Academia por esta maravilhosa homenagem!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Carinhos Especiais



Agora venho ao seu Blog "O IMAGINÁRIO", onde agradeço sua imensa gentileza em editar nesta página de entrada o nosso E-Book que comemoramos um ano de nossa AVSPE. Sabe Márcia, você é um espelho para este mundo da Poesia, sua pessoa sua atitude diante das letras literárias, deveriam ser tomadas como reflexo ao seus semelhantes. Obrigada.
Ao ler sua poesia " PROFANO" Bendito momento...Em que acordo, assustada...E descubro meu corpo...Inteiro, sem mágoas.....Nesta estrofe, você paira acima da sua própria existência, onde sublima o ato da entrega, tal qual deve ser na realidade, meus cumprimentos, fiquei encantada com sua magia nas letras desta arte maior, com afeto,Efigênia

11 de Outubro de 2007 14:45

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Guardo-Te


(À Tânia, minha irmã de coração e criação, que já se foi...)

















Guardo-te na memória
Como uma linda história!
Alcanço teu desalento
Tua ausência choro e lamento.

Foste caminho inseguro
Apesar de achares que não...
Foste presença marcante
Ainda que não soubesses.

Caminhamos lado a lado
Dividindo nossos livros
Partilhando amigos
Segredos selados...

Visito nossa adolescência...

Tecíamos enredos
Trocávamos medos
E as noites em claro!

Por quê cresceste diferente
Do que havíamos tratado?


Márcia Sanchez Luz ©


*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

domingo, 7 de outubro de 2007

Profano

Profano teu corpo

Como em mim ironizo teu gozo

Regozijo-me e te desconvido

A partilhar meu prazer.


Bendigo meu corpo

Como em ti assolei-me

Entreguei-te, vendada

O que vedado estava.


Bendito momento

Em que acordo, assustada

E descubro meu corpo

Inteiro, sem mágoas.


Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007




Salvador Dali



quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Artigo Publicado em Blocos Online

Reflexões acerca da Literatura Virtual

Quando se imaginaria poder ter acesso a tanta informação, sem precisar sair para comprar jornais, revistas, ou mesmo ir a bibliotecas? Lembro-me quando, pequena, após as aulas no colégio, andava bastante para chegar à Biblioteca Municipal e lá passava as tardes lendo tudo o que podia, devorando cada conjunto de letras que formavam estórias que me fascinavam. Havia lido, em casa, toda a coleção de Monteiro Lobato; mas queria mais. Lembrar desse tempo é muito divertido... Como uma criança esfomeada, em busca de comida, lá ia eu matar minha fome de literatura.

Hoje, apesar dos revezes de uma internet ainda lenta, podemos ler as notícias em tempo real, devorar grandes nomes da Literatura brasileira e estrangeira, o que, de certa forma, significa a democratização da leitura. Digo de certa forma, pois num país como o Brasil, de dimensões continentais, as oportunidades não são nem um pouco democráticas. Mas isto não significa que essa realidade não pode mudar. Escolas públicas já têm computadores com acesso à internet, em número razoável. Mais uma vez, falta muito ainda. Mas já é um começo.

Faz-se necessário estimular em nossas crianças a vontade de construírem conhecimento, sendo a leitura o primeiro passo para tal. Sim, ler é importante, mesmo que inicialmente esta leitura se limite a gibis – não desfazendo dos mesmos, pois eles fazem parte de nosso imaginário e, como tal, são essenciais para o crescimento do ser humano em todas as suas esferas. E há uma época para ler gibis, e só gibis – e como as estórias em quadrinhos são importantes na socialização da criança, que ao se identificar com alguns de seus personagens, percebe-se integrante de um grupo, de uma tribo, entendendo, de forma lúdica, que seus medos não são só seus, mas que fazem parte da vida de outras crianças! Desta forma, a leitura se torna prazerosa e estimulante, produzindo uma reação de busca a ela, destronando a mítica de que ler é perda de tempo, simplesmente pelo fato de não compreenderem a leitura. Portanto, ao mudarmos o paradigma da leitura, estamos criando hábitos que invariavelmente levarão nossas crianças a serem futuros leitores adultos, capazes de criar, aptos a expressar suas opiniões e visões de mundo. E isto nos remete à idéia da democratização da leitura. Se formarmos pessoas conscientes da importância da leitura, estas estarão sempre em busca de mais e mais informações que levem ao seu crescimento. Assim, mesmo que ainda faltem computadores na escola, os alunos sairão em busca de locais onde as informações estejam presentes.

Hábito desenvolvido, desejo adquirido.

E aqui volto ao ponto de partida. Através da Internet, a busca pela informação tem resposta imediata. Com o surgimento das “Lan Houses”, então, ficou ainda mais fácil o acesso à leitura, pois a população economicamente menos privilegiada, sem condições de adquirir um micro e muito menos um plano de acesso à Internet, pode recorrer a estes espaços ao invés de ir a bibliotecas e seguir todos aqueles procedimentos burocráticos para retirar um livro. Ter acesso à Internet é bem mais do que fazer amigos; significa poder conhecer o mundo e suas diferentes culturas, assim como ter a oportunidade de conhecer a produção literária existente e acessível on-line. E o hábito da leitura leva à reflexão, que por sua vez promove a produção do conhecimento.

Vamos agora sair de generalizações e entrar na esfera pessoal. Somente no final do ano passado, mais precisamente em novembro de 2006, é que pude acessar à Internet em banda larga. Antes disso, ocasionalmente arriscava uma conexão discada, porém só nos finais de semana, para não onerar ainda mais minha vida.

Como desde muito nova escrevo, na maior parte poesias, claro que meu foco teria de ser a busca por Literatura e Editoras. Foi quando conheci Blocos Online e Leila Míccolis, no comando da Editora junto com Urhacy Faustino. E foi também quando descobri que não deveria me esconder do mundo, pois que até então minha produção se limitava a mim! Logo que Leila respondeu ao e-mail que eu havia lhe enviado, comecei a mandar minhas colaborações literárias. A partir de então não parei mais. Desenvolvi o hábito de refletir ainda mais acerca do mundo, e meu desejo de ler e escrever cresce a cada dia!

Lembro-me como se fosse hoje quando da publicação da Antologia “Saciedade dos Poetas Vivos” digital, volume 4, com o tema “Entre Quatro Paredes”, da qual participo. Digo “participo”, no Presente do Indicativo mesmo, pois acredito que obras digitais não morrem, ainda mais com o selo de qualidade como o da Editora Blocos Online. São produções literárias que ficam eternizadas, pois fazem história. Blocos Online é democrático em todos os sentidos, desde que as obras sejam realmente de qualidade! E este “porém” é que faz a diferença. Assim, colaborar com um portal como Blocos é motivo de orgulho. E quando recebi o convite para participar da Antologia... É um sentimento de realização ímpar!

Não estou fazendo pouco dos livros tradicionais, que tanto nos enchem de prazer. Nada substitui o folhear das páginas! E duvido que exista algum escritor que negue o desejo de ver seus livros publicados no papel mesmo! Mas são sensações diferentes, como se a publicação virtual da obra fosse um prenúncio do momento que está por vir, um primeiro passo rumo à realização do sonho.

Agora vejo a quinta edição sendo lançada, com o tema "Noturnos". Vem uma sensação de perda, em princípio, pois participar da Saciedade é como parir um filho enquanto outros poetas estão parindo os seus, como irmãos gêmeos do meu. Fica o desejo de que eles continuem juntos, brilhando... Aí então surgem mais filhos... São recém nascidos e, claro, alvos de toda atenção. Mas ao começar a ler estas novas produções, este sentimento de perda desaparece, dando lugar ao interesse em conhecer seus filhos mais novos, abraçá-los e lhes desejar boas vindas.

E valeu a pena abrir meu coração para conhecê-los a fundo!

É incrível como uma única temática pode levar a diferentes leituras! São dezessete poetas lendo a noite sob diversos prismas, do mais concreto ao surreal. São leituras macro cósmicas que remetem ao caos humano, que escondem segredos, gritam a desigualdade, mas ao mesmo tempo, na esfera micro cósmica, cantam o amor e o prazer encontrados na noite.

E estas diferentes leituras reforçam ainda mais a certeza da individualidade: nenhum ser é igual ao outro; e são estas diferenças que fazem com que tenhamos de exercitar nossa capacidade de compreensão do ser humano e do mundo, Melodias diversas e sempre ricas em musicalidade.

Márcia Sanchez Luz

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Quando Eu Pensar em Mim
















Todas as coisas bonitas que aprendi com você
Tantas coisas tristes, amores loucos, perdidos
Fui desaprendendo, e aprendendo que a solidão
É o refúgio dos atentos, que procuram o “eu”.

Todos os gestos servis que aprendi com você
Tantos gritos dados na escuridão do adeus
Fui esquecendo, lembrando sempre que a tristeza
Não é receber um adeus seu, e sim me dizer adeus.

Todos os nós da vida que aprendi com você
Tantos arrepios de medo de não te ter mais
Fui desenlaçando e buscando a paz
Que só pode estar comigo.


Márcia Sanchez Luz ©

domingo, 30 de setembro de 2007

Tua, Eternamente













Sim.
Buscar-te-ei até o fim
De meus dias.
Tomar-te-ei em meus braços
Como a um bebê incansável.
Dar-te-ei meu colo
Meu solo.
Minha canção será tua
Como tua é minha paz.
Mas não te aflijas se eu me for.
Tua serei, eternamente.

Márcia Sanchez Luz ©

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Assim Sou


Antes que a chuva se aproxime
Dá-me um beijo.
Antes que a lua se ofusque
Abraça-me.

Diz-me.

Não me dizimas
Não dites normas
Pois não poderei segui-las.

Aproxima-te de mim
Mas não me sufoca
Pois sufocada
Não serei tua
Não serei minha
Não serei nada
Ninguém.

© Márcia Sanchez Luz

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Aqui Onde Moro

Aqui onde moro
Quero-queros logo gritam
Se alguém se aproxima.
A coruja à tarde observa
Pra de noite começar.

Tartarugas no verão
Primavera por que não?
Correm lépidas pra chuva
Atrás de água pra beber
Cantinho pra namorar.

Beija-flores nas grevilhas
Russélias brancas, vermelhas
Aguardam carinhos e beijos
Enquanto ixoras sorriem
Esperando sua vez.

Jasmins de todas as cores
Com suas formas variadas
Exalando olores diversos
Perfumam o ar, dançam ao vento
Trazem paz, doces alentos.

Gerivás e garirobas
Reais e imperiais
Arecas e washingtônias
Palmeiras aqui não faltam
Pra brindar as helicônias.

Aqui onde moro me integro
Entrego-me às plantas e aos bichos
Mensageiros do vento tilintam
Alertam pra chuva que vem
E pra que vai embora também.

Os bichos que aqui trafegam
Não precisam de controle
Seja em terra ou no ar
Não se agridem como os homens
Vivem em total sintonia.


Márcia Sanchez Luz ©


*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Entre Quatro Paredes


Entre quatro paredes
Esqueço-te.
Faço de mim companheira
Guardiã de meus sentidos.

Digo pra mim mesma
Que a ninguém é permitido
Violar o meu silêncio.
Meu espaço é sagrado!

Entre quatro paredes
Não tenho defeitos...
Não sou acusada
Nem fico acuada.

Violar meu santuário
É invadir-me por inteira.
Guardo-me e, portanto
Não tentes me destruir.

Entre quatro paredes
Desvendo quimeras
Transcendo esferas
Estratosferas
Biosferas
Esperas
Eras...

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A Primavera


O sol se abre
E a primavera em festa
Celebra as flores, hiantes
Como os pássaros
Buscando pares
Em beijos e abraços
Fazendo a corte
Em ritos de passagem
Cantando o dia
Que acorda fantasias.
O sol aquece
Amorna a ferida
E a dor doída
Parece que invalida
As tentativas
Mais que atrevidas
De amar somente
E nunca estar ausente
Ser confidente
À espera mais que urgente
De amor fremente
Que arde e envolve a lira
Em notas breves
Em semitons parelhos.
E anoitecendo
A luz da lua grita
Anunciando
O som mais que preciso
Da noite insone
Que nunca se aquieta.

Márcia Sanchez Luz ©

*Do livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Carinhos Especiais

Transcrevo aqui mensagens a mim enviadas, que de tão especiais e importantes merecem postagem.

Leila Míccolis disse...

Querida, que blog bonito este seu, a começar pelo nome: Sensível, artístico, delicado, ou seja: bem você. Estou linkando em Blocos, esta semana estará na capa. Muito obrigada em meu nome e no de Blocos pela divulgação e pelo companheirismo. Beijo amigo,
Leila

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Lareira Acesa


Em frente à lareira acesa
Contemplo o fogo que aquece
E que em brasa, a madeira
Meu amor transparece.

Meu coração não te esquece
Não te perde quando sonha
Enlouquece, entontece
Fica aceso feito chama.

Feito fogo em álcool embebe
Fico afoita, doida, rouca!
Te desejo, tonta e pronta
Te apercebes, me recebes.

Defronte à lareira acesa
Aqueço meus sentimentos!
Meus pensamentos se aquietam...
Aquieto-me frente à beleza
Que me convida a sonhar...
Com sua chama
Com sua calma
Acalma meus medos
Alerta-me
Fita-me
Incita-me
Faz-me sorrir.

Márcia Sanchez Luz ©


*Do livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Remendos


Muitos são pequenos excertos
De grandes paixões
De poemas que falam
O que minha boca cala.
Muitos são pequenos remendos
De poucos retalhos
Que consegui obter
A duras penas.
Poucos são grandes acertos
Que me dispus a contar
Nas noites de insônia
Nos dias chuvosos
Nublados
Turvos
Frios.

Márcia Sanchez Luz ©

Transformação


Vejo em teus passos
Pedaços de um todo
De um tudo jogado
Em cantos, quebrado.

Sinto em teus olhos
O medo do incerto
Do tempo que passa
Da luz que se afasta.

Repassas tua vida
Com ferro em brasa
Ateias fogo, jogas água
Não te bastas.

Procura então
Em meio aos pedaços
Unir-te inteiro.

Teus primeiros passos
Vão te machucar
Vais gritar de dor
Vais querer parar.

Porém continua!
O medo vai cessar
Vais achar teu rumo
Encontrar saída
Pra essa escuridão.

Não ateies fogo
Onde o ar é leve
Onde a tarde deve
Te dar solução.

Márcia Sanchez Luz ©

*Do Livro "No Verde dos Teus Olhos" - Editora Protexto, PR - 2007